A URI Santo Ângelo sediou, nesta quarta e quinta-feira (23 e 24), a 3ª edição do EMiCult – Encontro Missioneiro de Estudos Interdisciplinares em Cultura. O evento, neste ano, questionou “Onde está o nosso Patrimônio Cultural”? ,e reuniu estudantes, professores, pesquisadores, artistas, produtores culturais e a comunidade para refletir e debater as atividades criativas e culturais no contexto regional.
O 3º EMiCult foi organizado pelo OMiCult – Observatório Missioneiro de Atividades Culturais e pelo CCM – Centro de Cultura Missioneira da URI. A realização foi do Mestrado e Doutorado em Direito da URI; e do Mestrado em Comunicação e Indústria Criativa da Unipampa – Universidade Federal do Pampa. O Encontro contou ainda com a parceria do IFFar – Instituto Federal Farroupilha, URI São Luiz Gonzaga, UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul e UFSM – Universidade Federal de Santa Maria.
A palestra de abertura, realizada na quarta-feira, teve como tema “Informação, comunicação e herança cultural nas Missões Jesuíticas”, e foi ministrada pela arquiteta alemã e doutora em Computação Anja Pratschke, da USP – Universidade de São Paulo. Conjuntamente, a professora Nadir Damiani, coordenadora do CCM e do 3º EMiCult, falou sobre Patrimônio Cultural.
Na manhã da quinta-feira, aconteceu a mesa de pesquisadores regionais, com participação do professor Leandro Daronco, do IFFar de Santo Ângelo, professor Lívio Arenhart, da UFFS de Cerro Largo, professor Tiago Costa Martins, do OMiCult/Unipampa, e da professora Charlise Colet Gimenez, da URI Santo Ângelo. A mediação foi da professora Marcela Guimarães, da Unipampa. A mesa abordou temáticas relacionadas com a aproximação de comunidades periféricas com a cultura e o patrimônio. Questões como a formação de docentes, investimentos em cultura e a presença do patrimônio cultural na mídia, estiveram na pauta do debate.
A palestra de encerramento abordou a temática central do Encontro, com o tema “Onde está o nosso Patrimônio Cultural?”. A abertura da noite foi com o coral da Aldeia Guarani Tekoá Pyau, oportunidade na qual o cacique Anildo Romeu falou sobre as diferentes culturas, inclusive entre os povos aborígenes. Ele elencou algumas das diferenças entre a música, vestimenta e hábitos entre indígenas e não-indígenas: “Somos seres humanos iguais, temos música diferente, cultura diferente, mas somos todos humanos”.
O encerramento das atividades foi com o arquiteto Marcelo Brito, doutor em Gestão Urbana e diretor do Departamento de Articulação e Fomento do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; e com o líder do Grupo de Teatro A Turma do Dionísio, e mestre em Desenvolvimento de Políticas Públicas, Jerson Fontana. A mediação foi do professor Amilcar Guidolim, da URI Santo Ângelo.
Jerson Fontana trouxe reflexões sobre a arte nas Missões, no passado e no presente. Ele abordou elementos de como a arte se insere no contexto da cultura, bem como as possibilidades de completude do ser humano a partir da arte. O artista trouxe informações sobre o teatro jesuítico-missioneiro, abordando o modo como os jesuítas se utilizaram das formas de teatro, usando-as com caráter evangelizador.
O arquiteto Marcelo Brito abordou as origens do patrimônio cultural, materialidade e dimensões deste patrimônio. Ele discutiu a produção brasileira do Patrimônio Cultural, refletindo sobre questões estruturais para a valorização patrimonial no país. Brito trouxe exemplos externos, mostrando abordagens sobre patrimônio no exterior. “Muitas vezes nós brasileiros não nos damos conta de detalhes que estão na nossa frente”, afirmou.
Para o coordenador do 3º EMiCult, professor Joel Guindani, o Encontro manteve, nesta edição, sua perspectiva da interdisciplinaridade, possibilitando a integração entre instituições e sujeitos protagonistas da cultura. A coordenadora do evento na URI, professora Nadir Damiani, reforçou a importância do olhar trazido ao patrimônio cultural, que integra a realidade das comunidades locais.
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