Quando se fala do início do Rio
Grande do Sul que conhecemos hoje vem uma série de ideias, umas de vertente
luza e outras espanhola, mas e as pessoas que viviam no território há 12.000
anos?
Gente da Nação Guarani, Caingangue,
Charrua, Guenoa, Minuano, Caagua e tantas outras, quando da chegada dos
primeiros padres jesuítas, habitavam cada rincão da terra gaúcha. Em 3 de maio
de 1626 Roque Gonzales fundava a ‘Primeira Querência do Rio Grande’, a redução
Jesuítico-Guarani de São Nicolau. Uns dias depois chegaram para novas fundações
Afonso Rodrigues e João de Castilhos, os três hoje Santos da igreja católica,
mortos em nosso chão. Naquela primeira fase foram 18 reduções no território nas
bacias do rio Uruguai, Ibicuí e Jacuí.
Neste período se introduziu o
primeiro gado, cavalos e ovelhas no estadoatravés do Padre Cristóvão Orelhanode
Mendonza e que vem a ser o gado sem marca e sem sinal o “orelhano” que tanto
cantamos em nossos dias. A este Padre, o Rio Grande do Sul e o Brasildevem
muito agradecer. É importante lembrar que foi o que se multiplicou imensamente
nos campos sulinos e permitiu a partir de 1634, data da introdução, o
crescimento das reduções e depois todo o modo de ser do povo gaúcho.
Esta mesma genética, depois, multiplicou-se
em milhões de cabeças e foi um dos motivos de os jesuítas retornarem em 1682,
passados 45 anos dos ataques dos bandeirantes paulistas que os tinha expulsado
em 1638. Esse mesmo gado fez o Tropeirismo – levando o gado e especialmente as
mulas para a partir da comercialização em São Paulo, irem às Minas Gerais e lá
criarem a riqueza conhecida. O mesmo gado fez a economia das charqueadas e a
alimentação dos milhões de escravos, mão de obra que tocou o país por tantos séculos.
Finalmente o mesmo gado fez as estâncias, períodos muito importantes da
economia e cultura rio-grandense.
Hoje as Missões compõem uma grande
região turística que recebe visitantes do mundo inteiro, porém o maior número é
de gaúchos que querem conhecer as raízes onde tudo começou: o churrasco, o
chimarrão e o primeiro gaúcho - peão das estâncias jesuíticas. São Miguel é o
único Patrimônio Cultural da Humanidade do Sul do Brasil, onde diariamente é
apresentado o Espetáculo de Som e Luz que conta a saga missioneira. Também se
pode andar s pé ou de bicicleta no Caminho das Missões com roteiros de 14, 8 ou
3 dias, além de visitar o conjunto dos Sete Povos e se tiver um pouco mais de tempo,
passar ao lado da Argentina e Paraguai completando os 30 Povos das Missões.
Conhecer as Missões é dar um mergulho nas raízes do Mundo Gaúcho e da América Latina.
Agência receptiva: Operadora Caminho
das Missões - www.caminhodasmissoes.com.br
José Roberto de Oliveira -
Pesquisador, Mestre em Desenvolvimento.
+55.55.9.9638.6360
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