domingo, 28 de outubro de 2012

Riscos do consumo de mel na infância

Muitas mães optam pela utilização do mel não só para adoçar sucos e chás das crianças, como também, por suas possíveis propriedades expectorantes. Contudo, essa alternativa supostamente mais saudável, é altamente contra-indicada para crianças menores de 12 meses de vida. Isso porque elas ainda estão adquirindo a imunidade necessária para protegê-las de microrganismos causadores de doenças. Crianças maiores de um ano já possuem a flora bacteriana intestinal protetora, e por isso não são consideradas grupo de risco de certas doenças.
O mel é uma fonte potencial de transmissão do botulismo, uma doença causada pela ingestão de alimentos contaminados com esporos da bactéria Clostridium botulinum. Quando fixados no ambiente intestinal, esses esporos podem produzir uma toxina que é absorvida pelo organismo, causando severas complicações. Atualmente a incidência de botulismo é baixa, entretanto, métodos inadequados de preparação de alguns alimentos e determinados hábitos alimentares, persistem ao longo do tempo, propiciando condições para o desenvolvimento da toxina produzida pelo microrganismo.
O mel in natura é contaminado quando impurezas como poeira, restos vegetais e animais, contidos no momento da coleta nas colméias, não são retiradas na sua totalidade. Sabendo que o Clostridiumé encontrado naturalmente no solo, na água e em restos orgânicos, ele pode estar aderido nas impurezas que são incorporadas ao mel.
Dessa forma é de grande importância o conhecimento da procedência do mel, pois os casos de botulismo infantil estão associados à ingestão de mel produzidos de maneira artesanal e que não foram fiscalizados por órgãos competentes.
Aliado à isso,pais e educadores devem ser alertados para não incluírem o mel na alimentação de crianças menores de um ano de idade. No caso dos adultos, a intoxicação por esse alimento não foi notificada.

Greici Oliveira  Greici Oliveira
Bacharel em Química de Alimentos/UFPel. Mestre em Ciência e Tecnologia Agroindustrial/UFPel. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial/UFPel.

       
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