Nem tudo
que reluz é ouro. Nem todo acesso ao mundo virtual é seguro. A internet
disponibilizou às pessoas um novo universo de conhecimento e diversos
benefícios. Tornou-se forte aliada no desenvolvimento dos países.
Porém, em meio a todos estes avanços oferecidos pela rede mundial de
computadores há brechas de perigo em que é preciso ficar atento. A
grande circulação de conteúdo relacionado com a pornografia infantil na
internet criou uma indústria de pedofilia. Criminosos aproveitam-se da
ingenuidade das crianças para cometer delitos. E, apesar de existir
instrumentos e meios para coibir este crime, eles não são suficientes
para dar conta da extensão do problema. Por isso a educação e informação
sobre este perigo é fundamental para inibir a ação daqueles que
utilizam o ambiente virtual para praticar pedofilia.
José Roberto
Paiva, psicanalista e sexologista, conceitua a pedofilia como um
distúrbio de conduta sexual, pelo qual o adulto sente desejo compulsível
por crianças ou adolescentes no início da puberdade. Logo, podemos
caracterizar pedofilia na internet como ações de produzir, publicar,
vender, adquirir e armazenar pornografia infantil, por meio das páginas
da web, newsgroup, salas de bate-papo, ou comunicações do gênero. Ou
seja, é a prática, através da internet, de aliciar crianças ou
adolescentes para realizarem atividades sexuais ou para se exporem de
forma pornográfica.
O mercado
virtual movimenta cifras milionárias no mundo inteiro. Uma matéria
publicada na revista “ISTO É”, em março de 2006, mostra que no ano 2000 o
mercado mafioso da pedofilia movimentou 5 bilhões de dólares em todo o
mundo. Em 2005 a estimativa é que esse mercado tenha movimentado 10
bilhões de dólares, ou seja, dobrou em apenas 5 anos. Nesses 10 bilhões
estão incluídos a venda de fotografias e vídeos que mostram crianças
sendo abusadas e fazendo sexo com adultos e até com animais. É
imprescindível estar atento. Pois, cada vez mais a internet está sendo
usada como via de comunicação para a prática destes delitos geradores de
graves consequências físicas e traumas psicológicos para a criança
vitimada.
Antes do
advento da internet os pedófilos tinham mais dificuldades de se
encontrar com crianças e adolescentes. Hoje eles estão a um clique
deles. Atualmente eles criam perfis falsos nas redes de relacionamento,
nos quais assumem um personagem fictício, normalmente com idade
aproximada das crianças e adolescentes que pretendem abordar, e desta
forma se aproximar da vítima e ganhar sua confiança. Costumam usar uma
linguagem infantil em redes de relacionamento e comunicação instantânea.
Tentam cativar as crianças e adolescentes simulando interesse pelas
mesmas músicas, filmes e livros. Criam uma falsa ideia de amizade, geram
um vínculo, fortalecem o contato e se aproximam da intimidade ingênua
própria da idade das vítimas. Em alguns casos oferecem favores ou
vantagens financeiras em troca do sigilo do caso ou ameaçam a vítima.
A
comunicação é fundamental. Mais do que qualquer programa ou filtro de
conteúdo, a conversa sincera entre pais e filhos, professores e alunos,
ainda é a melhor arma para enfrentar os perigos da pedofilia.
Previna-se! Mantenha o computador num local que todos tenham acesso na
casa. Naveguem juntos na internet. Crie condições para que a criança
mostre os sites por onde navega. Oriente para que não haja encontro com
pessoas que conheceram pela internet. Ensine a não divulgar dados
pessoais e a não responder a mensagens insinuantes ou agressivas.
Adquira confiança para que seu filho ou pessoa querida conte caso seja
vitimado. Ter uma relação familiar amigável é o melhor caminho. O
diálogo ainda é a melhor forma de prevenção.
Fonte: Danielli Regina Scarantti
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